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Entrevista: Maiza Ferreira

Nossa entrevistada de hoje está há mais de 30 anos ajudando a Cetrel a construir um futuro sustentável. Começou sua trajetória na empresa como estagiária e, atualmente, é uma das responsáveis pelo nosso sucesso comercial na área de tratamento de efluentes e reúso de água. Nesta entrevista, Maiza Ferreira conta um pouco de seus principais projetos desenvolvidos e como viveu a evolução da Cetrel em mais de três décadas de história.

Cetrel: Quando você começou a trabalhar na Cetrel?

Maiza Ferreira: Comecei em 1991, como estagiária de química da UFBA e, em 1993, fui contratada para ser responsável técnica pelos laboratórios de físico-química e de ótica. Em seguida, migrei para área comercial e atuo nela até hoje.

Cetrel: Por quais áreas já passou na empresa?

MF: Em paralelo às atividades dos laboratórios, assumi a coordenação do Programa de Gestão de Recursos Hídricos das áreas de influência do Polo de Camaçari, incluindo a área de oceanografia da empresa, com destaque para o projeto de recuperação do Rio Capivara Pequeno. Assumi também a coordenação da implantação dos sistemas de qualidade dos laboratórios, incluindo as certificações das normas ambientais, de qualidade e de segurança, além da acreditação pelo INMETRO.

Na Central de Tratamento de Resíduos, participei da implantação dos processos de landfarmig para a biodegradação de borras oleosas, encapsulamento de resíduos perigosos e do incinerador de sólidos, além de participar da implementação dos programas de monitoramento analítico das emissões do incinerador de líquidos.

Na ETE, trabalhei nas áreas de desenvolvimento e controle operacional. Destaco a realização dos estudos inovadores associados à redução dos níveis de oxigênio nos tanques de aeração, com o desligamento de aeradores em horário de pico e a redução significativa do consumo de energia. Também desenvolvi a metodologia de aclimatação do lodo dos reatores aos efluentes hipersalinos, o que permitiu a vinda de novos clientes para a ETE, incluindo uma grande multinacional.

Com a expansão dos negócios, migrei para a área comercial da Cetrel, passando pela Cetrel Lumina e Odebrecht Ambiental. Comecei a atuar na prospecção de novos negócios e projetos associados ao meio ambiente, principalmente nas áreas de águas, efluentes, reúso e gestão de resíduos. Participei do desenvolvimento do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos da Cetrel, objeto de várias parcerias comerciais e da sensibilização do tema em universidades e órgãos ambientais. Atualmente, concentro meu trabalho na área de efluentes líquidos e reúso, desenvolvendo projetos de tratamento de efluentes, reúso de água, diagnósticos dos sistemas de tratamento de efluentes, controle na fonte, mapeamento de correntes de efluentes dos processos, redes de monitoramentos etc.

Cetrel: Como você enxerga essa transição para área comercial?

MF: Foi uma grande oportunidade de aprendizado e compartilhamento de informações. Quando me deparei com o universo de projetos e suas dimensões nacionais, precisei optar pela atuação mais especializada e foquei na área de águas e efluentes. Neste período, busquei treinamentos externos na área de reúso de águas no CIRRA/USP e também no mestrado na área de Gerenciamento de Processos Operacionais da UFBA.

Estar na área comercial me permitiu atuar em projetos diversos ao redor do país – desde ações voltadas para o Polo de Camaçari até projetos no Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas e Minas Gerais. Com isso, pude ter uma visão mais sistêmica do mercado, o que certamente contribui positivamente para meu trabalho.

Cetrel: Qual considera seu maior desafio na empresa ao longo desses anos?

MF: Olha, confesso que senti calafrios em alguns momentos, mas três deles se destacaram. O primeiro foi o processo de aclimatação do lodo da Cetrel a efluentes hipersalinos – teoricamente os processos de lodos ativados são projetados para tratar efluentes orgânicos e possuem sérias limitações a presença de altas concentrações de sais.

Na época, havia uma grande empresa multinacional que gostaria de se instalar no Brasil e, para que isso fosse possível, o local a ser escolhido deveria possuir uma unidade de tratamento capaz de tratar o seu efluente salino. Então montamos duas plantas pilotos – uma na Cetrel e outra nos Estados Unidos -, e iniciamos os estudos em paralelo. Após alguns meses, chegamos aos resultados esperados e a empresa foi instalada em Camaçari, enviando até hoje os seus efluentes para tratamento nas nossas instalações.

Com base neste resultado, veio o segundo desafio: o tratamento de outro efluente hipersalino, conhecido como água produzida, oriundo da exploração de petróleo. Após seis meses de planejamento, conseguimos tratar mais de 1,5 milhões de m³ de efluentes vindos das regiões sudeste e nordeste, mantendo a eficiência de tratamento da ETE aos padrões legais.

E o terceiro foi o projeto de redução de oxigênio dissolvido nos reatores biológicos da Cetrel em horário de pico, o que possibilitou uma economia significativa de energia e é utilizado até os dias atuais como um dos principais controles operacionais de eficiência energética da ETE.

Cetrel: Como você avalia seu crescimento profissional na empresa?

MF: A Cetrel me deu régua e compasso para que pudesse compreender o verdadeiro conceito de sustentabilidade. Hoje tenho o maior orgulho de dizer que trabalho numa empresa planejada, que nasceu junto com o Polo Industrial de Camaçari para cuidar de todos os seus aspectos ambientais.

Trabalhar numa empresa que desenvolve projetos em todas as áreas ambientais é um grande diferencial. Foi a minha maior e melhor escola. Além disso, entendi que o autoconhecimento e a capacitação contínua são fundamentais para o crescimento profissional, então foquei em treinamentos que aprimoraram as minhas atividades. Nunca me adaptei a rotina e estudar sempre foi minha melhor ferramenta para crescer.

Cetrel: Quais habilidades profissionais você considera mais importantes para atuar na Cetrel?

MF: Acredito que adaptabilidade, compartilhamento, espírito de servir, visão de mercado, conhecimento técnico em meio ambiente, comprometimento, ética e disponibilidade são essenciais.

Cetrel: O que espera do seu futuro profissional?

MF: Recentemente a Cetrel se reorganizou para alcançar novos e largos horizontes comerciais. Desde então, foram muitos projetos estruturados e desafiadores. E como posso contribuir? Continuarei contribuindo com o desenvolvendo de novas soluções ambientais com a garantia da credibilidade técnica em cada projeto.

É preciso entender que o que diferencia a Cetrel é não contar somente com soluções prontas, mas entender, assimilar e customizar as características intrínsecas de cada cliente, pois cada efluente é um universo de substâncias dissolvidas e seus efeitos sinergéticos podem inviabilizar projetos – caso não sejam avaliados com o critério requerido. Não se trata somente de fornecimento e operação de equipamentos, é sobre criar a melhor solução ambiental.

Neste sentido, não pretendo parar tão cedo. São mais de 30 anos nesta empresa. Nela construí toda minha carreira e sou apaixonada pelo que faço. Quero que meu futuro profissional seja de desenvolvimento e crescimento – e que a Cetrel faça parte disso!

 

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