CCO / Emergências Ambientais: 0800 729 2756
Cetrel discute soluções para o bom manejo dos recursos hídricos em evento internacional

Nos dias 06 e 07 deste mês a Associação Latino-Americana de Dessalinização e Reúso de Água (ALADYR) realizou em São Paulo o Congresso Internacional ALADYR Brasil 2022, reunindo especialistas de diversas partes do mundo para discutir novas tecnologias acerca do tema.

Patrocinadora do evento, a Cetrel foi também uma das participantes que lideraram os debates. Com mais de 40 anos de mercado, responsável pela gestão ambiental de resíduos do maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul – o Polo Industrial de Camaçari -, a empresa possui experiência e know-how técnico suficientes para se destacar no ramo em que atua. 

Com base no trabalho desenvolvido no Polo, a Cetrel apresentou o case “Os desafios do tratamento de efluentes em um Complexo Industrial Petroquímico”, feito pelo Gerente de Operações de Efluentes, Mauro Salatiel. O congresso contou ainda com a participação do CEO da Cetrel, João Lins, que esteve presente no painel sobre crise hídrica e os desafios da indústria brasileira, abordando o tema da “Gestão Integrada de Recursos Hídricos”.

Tratamento e reúso de efluentes 

Em sua apresentação, Mauro destacou a capacidade da estação de tratamento de efluentes da Cetrel, uma das maiores da América Latina, que opera initerruptamente atendendo mais de 80 empresas. Com tecnologia de lodos ativados, a estação possui capacidade instalada hidráulica de 149.000 m3/dia, DQO de 360.000kg/dia e DBO de 120.000 kg/dia. Além disso, está pronta para lidar com os mais diversos tipos de efluentes industriais – desde compostos orgânicos, nitrogenados, metais, chorumes, entre outros. 

Para que toda essa operação ocorra de modo eficiente, é fundamental o trabalho de avaliação e caracterização dos efluentes, de modo a dar o tratamento correto a cada composição. Assim é possível monitorar o lançamento dos efluentes na malha de coleta, bem como realizar o controle na fonte para que sejam cumpridos os limites acordados, garantindo a qualidade final do efluente tratado. 

Entre os desafios existentes ao operar uma estação está a preparação para novos cenários que considerem o reúso dos efluentes industriais. Alinhado ao conceito de economia circular que visa reduzir o uso de recursos naturais, consumo de energia e geração de rejeitos, o reúso de efluentes industriais significa reaproveitar, para fins não potáveis, a água resultante do tratamento. 

Por ser de baixa qualidade, a água neste caso pode ser aproveitada em atividades com usos menos exigentes que não requerem água potável. Em áreas urbanas, o reúso planejado não potável pode ser visto em descargas de bacias sanitárias, irrigação de parques e jardins, lavagem de veículos e pisos externos, por exemplo. Na indústria, pode ser aplicado na irrigação de áreas agrícolas, nos processos industriais de torres de resfriamento e caldeiras, entre outros.

Perspectivas para gestão hídrica no Polo de Camaçari

Durante sua participação no evento, ao discutir os efeitos da grave crise hídrica que atinge o Brasil e apontar caminhos para que o setor industrial siga em desenvolvimento, João apresentou dados e tendências para que haja uma melhor gestão da água no Polo Industrial de Camaçari.

Na região, apenas 14% da água disponível para a indústria encontram-se na superfície, enquanto 86% deste recurso estão em fontes subterrâneas – além disso, os mananciais de água superficial utilizados são os mesmos que fornecem água para consumo humano na Região Metropolitana de Salvador. Nas últimas décadas, a região enfrentou grave escassez hídrica periódica, sendo as últimas nos anos de 2008 e 2017. Diante dessa realidade, é necessário que haja uma estratégia bem pensada para exploração da água subterrânea de modo eficiente e sustentável. 

Uma solução proposta em sua apresentação diz respeito ao Zoneamento Hídrico, que deve ocorrer de acordo com o suporte legal da Licença de Operação do Polo Industrial de Camaçari. O zoneamento é uma ferramenta de modelo de fluxo numérico que permite que sejam levantados dados do monitoramento da rede de poços (qualidade e quantidade) e perfil litológico. Também contempla um balanço hídrico regional e por zona hídrica com indicadores técnicos para medir a disponibilidade ou a escassez em cada área específica. 

Todo este processo deve ser realizado com base numa avaliação de perfuração de novos poços e solicitação ou renovação de outorga, em alinhamento com o órgão ambiental responsável pela região para que a exploração daquele recurso hídrico seja feita de modo que garanta um equilíbrio sustentável entre a atividade industrial e a preservação do meio ambiente. Este, certamente, é um desafio para o setor industrial.