Não permitir que as empresas que possuam incineradores emitam substâncias tóxicas, como dioxinas e furanos, além de fazer com que corporações realizem o processo de incineração de forma mais limpa. Essa realidade é possível após uma pesquisa iniciada em 2010 pelo engenheiro químico da Cetrel, Marcelo Pestana, que a concluiu em 2016 após várias análises no campo da incineração.
De acordo com Pestana, dioxinas e furanos fazem parte de um conjunto de substâncias tóxicas e que são objeto de preocupação contínua de quem opera incineradores industriais. “Na área de resíduos sólidos você tem diversas possibilidades de tratamento de resíduos. A Cetrel incinera resíduos perigosos há mais de 25 anos e o controle ambiental deve ser objeto de contínua atenção, no sentido de minimizar a emissão de substâncias poluentes”, fala.
A estrutura utilizada pela Cetrel no processo de incineração é composta de fibra de vidro nas zonas pós-queima. Tal composição é utilizada em virtude da corrosividade dos gases de combustão gerados no processo. Entretanto, o material apresenta alta rugosidade, que faz com que compostos orgânicos sejam retidos por um longo período. “A partir do momento em que essas substâncias ficam presas e recebem oxigênio, vão se transformar em dioxinas e furanos, o que a gente não quer”, comenta. Pestana explica que o processo de retirar a rugosidade foi feito por meio da aplicação de resina e material antiaderente. “Eliminamos a rugosidade e, a partir disso, nunca mais aconteceu o aparecimento de tais substâncias em níveis significativos”, revela.
Esse resultado será apresentado na “The Thirty-Third International Conference on Solid Waste Technology and Management”, evento realizado na cidade americana de Annapolis, entre os dias 11 e 14 de março. O evento, organizado pela Widener University, reunirá representantes de 35 países. Vale ressaltar que a Cetrel é a única empresa brasileira a participar do encontro.