O contexto:

Este caso contempla um cliente localizado na região norte do país, para o qual a Cetrel realizou serviços de tratamento de efluentes nas instalações da empresa, de modo on-site. Há 45 anos no mercado, a Cetrel possui vasta experiência no desenvolvimento de soluções de tratamento de águas e efluentes, tendo sua excelência reconhecida por possuir um dos maiores sistemas de tratamento de efluentes do país – com mais de 28 milhões de m³ tratados por ano -, atendendo um grande número de clientes dos mais variados segmentos. Tudo isto conferiu o know-how necessário para lidar com os cenários mais desafiadores – seja no modelo off-site ou on-site.

Neste caso específico, por se tratar de um serviço novo, as características do efluente eram ainda desconhecidas e era necessário compreender bem suas variações e frequência de geração para oferecer uma solução que fosse eficaz e garantisse o pleno atendimento das normas e legislações vigentes – tanto em âmbito regional quanto nacional.

O problema:

Para atender ao cliente, era necessário caracterizar os efluentes gerados por ele em seu site, pois o serviço seria oferecido de modo descentralizado. Era preciso definir a melhor solução para tratamento e posterior lançamento no corpo receptor. Ao iniciar o trabalho, a equipe da Cetrel identificou que as características do efluente variavam de forma considerável e, caso isto não fosse detectado no mapeamento de correntes, haveria o risco da solução implantada não resolver o problema de modo eficiente.

“Havia um problema de características particulares em relação à demanda química de oxigênio (DQO), por conta de uma variação significativa de matérias primas. Para termos uma ideia, a matéria orgânica dos efluentes apresentava variação de 100 ppm a 3000 ppm de DQO, com alteração de pH de neutro a alcalino. Não seria possível projetar uma ETE que funcionasse bem sem considerar tais variações”, explica Maiza Ferreira Santos, Coordenadora de Novos Negócios da Cetrel. Uma avaliação superficial do tipo de produto gerado poderia causar um grande erro de projeto. Se subdimensionada, a ETE poderia funcionar por um determinado período, mas depois perderia os padrões de qualidade de produção.

A solução:

Realizamos um prévio mapeamento das correntes industriais, considerando a variação de produção e definindo um plano de amostragem seguro que fosse capaz de garantir a confiabilidade nos resultados.

As correntes de efluentes foram analisadas e foi possível, então, definir a amostra para a realização da tratabilidade. Após a coleta, a amostra foi enviada para o laboratório da Cetrel na Bahia, onde executamos o estudo de tratabilidade, visando o enquadramento legal. Em seguida, definimos a melhor rota tecnológica que embasou os projetos conceitual e básico.

A partir daí, foi planejada a construção de uma unidade contemplando uma bacia de equalização para estabilizar a variabilidade de matéria orgânica, em seguida ocorreria um tratamento primário para remoção de óleos e, somente depois, seria realizado o tratamento secundário. Construída pelo cliente, a unidade permitiu tratar adequadamente o efluente e lançá-lo atendendo às especificações da legislação local.

Os resultados:

A eficiência do tratamento foi maior que a do projeto. Originalmente, a previsão era de tratamento de DQO em torno de 75%, contudo após a operação os resultados obtidos foram de mais de 80% para DQO e 97% para DBO (demanda bioquímica de oxigênio). O efluente final atendeu a todos os parâmetros exigidos pela legislação local. Sem dúvida, o maior destaque deste projeto foi o mapeamento das correntes, controle na fonte, segregação de correntes e a definição correta das características associadas ao efluente. Tudo isto permitiu calcular corretamente a bacia de equalização com o tempo e o tamanho necessários para estabilizar os efluentes.

“É muito importante nunca subdimensionar uma estação de tratamento. Por isso devemos fazer o diagnóstico correto, obtendo amostragens em diferentes turnos, incluindo até mesmo etapas de limpeza, de modo a obtermos um estudo detalhado da variação de correntes, garantindo o dimensionamento adequado e eficiente. Esta análise fez toda a diferença no sucesso deste projeto”, finaliza Maiza.

Analisar de perto as especificidades de cada cliente é fundamental para o sucesso da operação. Neste caso, ficou evidente a importância de ter um parceiro experiente para avaliar as operações do cliente em sua própria estrutura de produção, podendo investigar e oferecer a melhor solução. No tratamento de águas e efluentes on-site, isto é possível. Cada vez mais, a Cetrel tem desenvolvido este tipo de serviço para estabelecimentos com grande potencial de reúso de água, como indústrias, shoppings, instituições de ensino, hospitais, edifícios comerciais e aeroportos.