Um dos grandes problemas ambientais enfrentados hoje no mundo refere-se à alta quantidade de resíduos gerados. Estudos apontam que, anualmente, mais de 1,4 bilhões de toneladas de resíduos são gerados – sendo a maioria formada por resíduos sólidos urbanos (RSU). Pesquisas desenvolvidas pelo Banco Mundial em parceria com a ONU preveem um aumento de 350% até 2050, caso não haja mudança nos padrões de consumo e no tratamento dado a tais resíduos. Assustador, não?
Lidar com um passivo ambiental tão gigantesco é um desafio constante para governos, empresas, indústrias e a sociedade em geral. Neste sentido, a incineração de resíduos surge como uma opção de tratamento sustentável, que diminui a geração de sobras e ainda pode gerar energia. Quando permitida por critérios técnicos e legais, a incineração de resíduos mostra-se uma solução rentável e ecológica – com a queima há redução de 70 a 90% no volume de sobras, restando apenas material inerte.
Contudo, este processo deve obedecer rigorosos critérios operacionais e de prévia avaliação e caracterização técnica, visto que nem todos os tipos de resíduos são indicados para incineração.
Como funciona
Basicamente, incinerar um resíduo significa submetê-lo a altíssimas temperaturas, associadas a oxigênio em excesso – usando usinas e fornos específicos – de modo a queimar as sobras, reduzindo volume e gerando cinzas inertes. Existem diferentes técnicas de incineração e a escolha por uma delas vai depender do tipo químico, físico e biológico do resíduo.
Existem duas categorias de resíduos: o grupo 1, que engloba materiais orgânicos, contendo carbono, hidrogênio e oxigênio que são convertidos em CO2 e água; e o grupo 2 com materiais orgânicos contendo elementos metálicos, como chumbo e sódio, ou não metálicos, como cloro, nitrogênio, fósforo e enxofre, que são removidos adequadamente dos gases de combustão.
Tais características dos resíduos é que determinarão a melhor técnica a ser utilizada, bem como seu comportamento durante a queima e qual o destino final para estoque ou emissão da sobra. Por isso é imprescindível que toda a operação seja feita por quem entende profundamente do negócio, de modo a garantir a segurança do processo e evitar quaisquer danos ambientais, dispondo inclusive das instalações adequadas com equipamentos de controle.
A experiência Cetrel
Desde 1991 a Cetrel conta com um parque de incineração para resíduos sólidos e líquidos perigosos, atingindo a marca de eficiência de destruição de 99,9999% de PCBs, conforme exigido em sua licença de operação. Vale lembrar que a Cetrel foi a primeira empresa do país a ter seus incineradores licenciados para a destruição térmica de PCBs.
Até hoje já foram destruídas mais de 385 mil toneladas de resíduos, sendo mais de 145 mil toneladas de resíduos sólidos e mais de 240 mil toneladas de resíduos líquidos, tendo como principais clientes as indústrias do Polo Industrial de Camaçari.
Ao longo dos anos, a empresa seguiu investindo na melhoria de seus processos, desenvolvendo soluções seguras capazes de atender necessidades críticas, como a queima de resíduos de altíssima volatilidade, com ponto de fulgor negativo, por meio de processos especialíssimos. “Desenvolvemos uma expertise tal que permite também a queima de resíduos hidrofóbicos, com sistemas de barreira para a entrada de água e umidade. Além disso, estamos aptos a queimar resíduos particularmente instáveis, capazes de gerar compostos explosivos a partir da sua degradação, por meio de um controle rigoroso de mistura e monitoramento de concentrações”, explica o engenheiro químico especialista em incineração da Cetrel, Marcelo Pestana.
Após a incineração, os materiais resultantes podem ser compostos por cinzas, efluentes e emissões gasosas. As cinzas, dentro de certos parâmetros, podem ser aproveitadas para incorporação em compostos asfálticos ou mesmo na indústria da cerâmica. Quanto aos efluentes, podem ser utilizados como subprodutos para outros processos, como soluções mais concentradas de ácido clorídrico, por exemplo. Já os gases de combustão podem ter o seu calor reaproveitado para gerar vapor e energia elétrica, por meio de caldeiras recuperadoras de calor. Em todos estes casos, há sempre a busca pela melhor solução capaz de aliar sustentabilidade ambiental e econômica, tornando o ciclo mais eficiente.
Cuidados ao enviar material
Antes de enviar o resíduo de sua empresa para incineração, certifique-se de que o operador possua as devidas credenciais. Como em qualquer atividade industrial, é preciso que a atividade de incineração esteja sujeita à licença de operação emitida pelo órgão ambiental responsável. No caso da Cetrel, ela é emitida a cada cinco anos pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA), na qual constam diversas obrigações, padrões de emissão e limitação de carga, entre outros dados técnicos, que precisam ser rigorosamente cumpridos.
Outro ponto importante é que seja realizada a devida caracterização do resíduo por equipe técnica especializada, atentando para análise de tratabilidade, parâmetros de segurança e adequação ao processo, capacidade de tratamento, restrições à operação e parâmetros de emissão atmosférica. Caso seja necessário, são realizadas análises dos resíduos em laboratório próprio para este fim.
“Cabe salientar que aqui na Cetrel, avaliamos semanalmente os resíduos recebidos por um time de especialistas no assunto. A partir daí é que podemos emitir um aceite do resíduo para o cliente. Tudo segue os mais criteriosos padrões de qualidade e é por isso que atuamos há 30 anos neste segmento mantendo níveis de excelência em serviço”, conclui Marcelo.