Tradicionalmente masculino, o ambiente industrial vem mudando ao longo das últimas duas décadas. E isso não se deve apenas à inserção de novas tecnologias, políticas ou legislações acerca do mercado. Estamos falando de mudanças na composição das equipes, especialmente no que se refere ao gênero dos profissionais que ocupam as vagas deste tipo de segmento. Pesquisa recente divulgada pelo portal Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e do IBGE mostra que 32% da atual força de trabalho brasileira é representada por mulheres. A pesquisa mostra ainda que as mulheres costumam ter um nível de instrução maior que o dos homens, com mais acesso ao ensino superior.
Dados divulgados pelo Ministério do Trabalho mostram que a participação feminina nas indústrias cresceu 14,3% em 20 anos. Entre os segmentos que mais cresceram com a contratação de mulheres no mesmo período estão o de mineração (65,8%), material de transporte (60,8%), alimentos e bebidas (49,3%), madeira e mobiliário (39,3%), indústria mecânica (37,3%) e papel e gráfico (24,7%).
Investir na contratação de mulheres tem se mostrado uma opção cada vez mais comum nas fábricas, não apenas porque mais mulheres estão se candidatando às vagas e preenchendo os requisitos necessários, como os empregadores têm percebido a importância de quebrar antigos paradigmas ou preconceitos. Além do mais, as empresas têm muito a ganhar com equipes mais diversificadas: dados divulgados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que empresas com maior pluralidade de gênero tendem a gerar cerca de 20% a mais de lucro e lideranças femininas têm resultados até 20% melhores que as masculinas.
AS MULHERES NA CETREL
Reconhecer e investir no potencial feminino para ocupar cargos dentro da empresa é uma realidade cada vez mais presente na Cetrel. Atualmente, 30% do quadro de integrantes são ocupados por mulheres e a estimativa é que este número aumente ainda mais. “Temos mulheres em cargos operacionais e administrativos e, seja como líderes ou lideradas, elas têm cada vez mais conquistado espaços”, afirma a Gerente de Pessoas e Organização, Juliana Muniz.
Além disso, a empresa já adota práticas inclusivas e acredita que a diversidade de gênero estimula a criatividade das equipes e abre um espaço muito rico para discussão de temas importantes. Alguns exemplos são: ampliação da licença maternidade para seis meses, incentivo em contratar mais mulheres na operação e definição da remuneração com base em critérios técnicos de formação e experiência, nunca em razão do gênero.
“Eu mesma comecei na Cetrel em 2007 como Analista de RH Junior e ainda me lembro que ingressar na indústria naquela época parecia uma escolha ‘masculina demais’, contudo isso não me intimidou. Lembro que na época não tínhamos mulheres ocupando posições de produção industrial, realidade bem diferente da que temos hoje em dia. Nesses 15 anos percebo um avanço na presença feminina na indústria. Claro que ainda há muito que ser feito, mas é incrível perceber como este movimento influencia toda uma cadeia que vai desde a presença de mais mulheres em cursos técnicos de formação industrial até a maior participação feminina em cargos de alta liderança”, explica Juliana.
Para muitas mulheres, trabalhar na indústria sempre foi a primeira opção de carreira. É o caso de Cristina Maretti Dias, atual Gerente de Operações Industriais na divisão de águas da Cetrel. Engenheira química com especialização em Segurança do Trabalho, desde a época em que era estagiária Cristina já sabia que era no ambiente industrial que ela queria atuar. Após diversas experiências em outras empresas, Cristina chegou na Cetrel em 2019 como Engenheira de Segurança de Processo na área de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente. Em agosto de 2020 se tornou Coordenadora de Segurança Industrial e em fevereiro deste ano foi promovida a Gerente.
“Certamente é um grande desafio, mas o que eu acho interessante e gostaria de destacar é que o reconhecimento que é dado na Cetrel é feito com base na competência de cada um, sem haver segregação de gênero. Acredito que cada mulher que ocupa um cargo aqui na empresa conquistou espaço de acordo com seus méritos. Isto é importante e foi exatamente o que eu buscava. Na Cetrel encontrei espaço para desenvolver minhas habilidades e ser reconhecida por isso. Tenho ainda muito que aprender e evoluir, mas aqui me sinto bem e respeitada”.
Outro exemplo de mulher cuja carreira foi construída no ambiente operacional da indústria é o de Reile de Azevedo, Operadora de Processos Químicos da Cetrel que atua na área de incineração.
Há mais de 10 anos na empresa, Reile começou sua trajetória como estagiária, sendo efetivada como operadora e atualmente atua como operadora II, exercendo interinamente a função de operadora III. Seu grupo de trabalho é formado por 17 colaboradores, sendo que ela é a única mulher da área. “Encaro a minha trajetória de forma bastante desafiadora e sempre visualizei com otimismo as mudanças nos padrões culturais que passaram a garantir a participação feminina em diversas esferas sociais e até mesmo em atividades advindas da indústria que, anteriormente, eram encaradas como exclusiva ou majoritariamente masculinas. Quero ressaltar que aqui na Cetrel sempre pude contar com o apoio dos meus colegas – o que foi muito importante na garantia do meu aprendizado e do meu processo evolutivo, corroborando para que eu chegasse até aqui. Para mim é uma honra fazer parte desse time”, afirma Reile.
Estes são apenas alguns exemplos de mulheres que, com competência e dedicação, ajudam a construir a história da Cetrel. É também uma forma de homenagear as mulheres e estimular a inserção cada vez maior delas no ambiente industrial. Afinal, lugar de mulher é onde ela quiser – inclusive na indústria.