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A COP 26 e os desafios para a indústria brasileira

Entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro, acontecerá em Glasgow, na Escócia, a 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP-26), evento que reunirá milhares de pessoas – entre líderes mundiais, negociadores e jornalistas para debater os problemas gerados pelas mudanças climáticas sofridas no mundo. Além disso, um ousado acordo será proposto no sentido de se alcançar a meta de neutralidade de carbono até 2050, bem como uma redução significativa até 2030.

Esta é uma causa que envolve diversos setores de mercado, tais como indústrias, empreendimentos do agronegócio, setores de consumo e comércio, bem como governos. No Brasil, centenas de empresas se reuniram na criação do documento “Empresários pelo Clima”, em que apresentam medidas para uma economia de baixo carbono e assumem responsabilidades nessa transformação. A iniciativa, liderada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) foi encaminhada ao governo brasileiro e também será levada à COP 26.

Este movimento ativo de empresas e indústrias tem sido observado ao redor do mundo e é reflexo de uma melhor compreensão do problema das mudanças climáticas e da importância de realizar transformações que garantam um desenvolvimento socioeconômico sustentável. E o Brasil precisa fazer parte deste processo. 

O papel da indústria brasileira

Com participação ativa em propostas e negociações internacionais, o setor industrial brasileiro está cada vez mais atento às questões relacionadas à sustentabilidade, buscando comprometer-se com um projeto que permita desenvolver o setor no país com baixas emissões de carbono. Alguns pilares são estratégicos para isso, tais como transição energética, precificação do carbono, economia circular e conservação das florestas. 

Durante a conferência na Escócia, o setor industrial, representado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apresentará um relatório com projetos e ações no sentido de atrair mais investimentos dos recursos de fundos climáticos para o Brasil, viabilizando mudanças maiores num menor tempo. “Embora já seja responsável por uma baixa intensidade de emissão de carbono, a indústria brasileira entende a relevância do seu papel nessa agenda internacional. Por isso, está agindo para reduzir emissões de gases de efeito estufa e zerar o balanço de carbono”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Principais desafios enfrentados

O projeto apresentado pela CNI traz algumas prioridades, com foco especial nas áreas de combate ao desmatamento ilegal, regulação do mercado de carbono, criação de mecanismos de incentivo e financiamento climático que permitam ganho de escala para novas tecnologias mais sustentáveis. 

Além disso, pede o reforço dos planos nacionais que orientem e incentivem iniciativas de gestão capazes de reduzir o risco climático em médio e longo prazo, introduzindo medidas compensatórias para setores mais intensivos nos usos de carbono e energia e expostos ao comércio internacional, por exemplo.

Outras ações propostas discorrem sobre melhorar os investimentos em infraestrutura e logística, criar programas de capacitação das empresas na gestão eficiente de energia, aperfeiçoar políticas climáticas e de resíduos sólidos. Expandir o compartilhamento de informações e experiências bem sucedidas também é uma das frentes de trabalho sugerida, de modo que haja maior integração entre instituições nacionais e internacionais por meio de acordos bilaterais e multilaterais.

Finalmente, devem-se estruturar medidas regulatórias que guiem o mercado de carbono no Brasil. Segundo estudo realizado pela CEBDS, este mercado pode atingir entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões na sua fase inicial (2022-2024), com transações de direitos de emissão e créditos de carbono, abrindo novas oportunidades para uma economia sustentável e regenerativa. 

“Como uma empresa de engenharia ambiental, voltada desde sua fundação para criação de soluções que visem conciliar a preservação do meio ambiente com o desenvolvimento econômico, estamos bastante animados e confiantes ao ver tamanha mobilização do setor industrial brasileiro em torno da COP 26. É essencial que a agenda global industrial evolua para novos modelos de negócios, cumprindo metas de sustentabilidade que garantam ganhos econômicos, ambientais e sociais para o mundo todo”, afirma Fernando Paim, analista da área de Marketing da Cetrel. 

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